Minha Infância...

Éramos em três filhas,
Eu não era a primeira
e nem o caçula.
Menina de pernas finas,
Menina espigada

Menina assustada,
Sabia me virar sozinha, 

descabelada e
desolada. 

Em minha infância,
Via a rua na flecha
de um portão fechado.
Me perguntava,
o que se escondia,
naquela rua ao lado?
Vivia de esperanças

e imaginações... 
Queria  brincar com as crianças da rua 
Viver as diversões.

O que se escondia naquela rua ?
Menina de olhos grandes,

Onde enxergava 
mais que podia.
Menina abobada,

gabiru e bicho do mato!
Mas em meu quintal
não tinha mato, 
Apenas um milharal,
Das minhas imaginações

fazia dele,
Um grande arsenal.

Brincava que andava

pela a mesma rua,
Onde fazia da rua,

um sonho  surreal.
Menina abobada,
menina travessa,
Queria conhecer
as crianças da rua real.
Meu pai dizia:

não vá para a rua,
ela é perigo fatal.

Não entendia porque as crianças da rua,

Iria fazer o meu mal?
Queria mudar dali,
Minha infância era eu, 
as irmãs, o milharal...
Como vi  meu lugar não era ali,
Retornei a minha cidade Natal!


Lá eu tinha a rua...

Meninaaaa!
não suba nas árvores,
Meninaaaa!

não atormente os vizinhos,
Meninaaaa!
Você parece um menino!
Queria aproveitar 
o tempo perdido
agora real.
A rua não era o perigo
que meu pai falava mal,    
rua ganhei história, 
travessuras,
e uma amiga legal!
Entendo meu pai 

queria me proteger,
Para  ninguém,
fizesse o meu mal.

  (Autora: Carla Regina)

    Esses versos relata um pouco de minha infância vivida em Uberlândia - MG. Meus pais mudarão para Uberlândia quando  tinha 5 anos de idade e lá vivi até aos 11 anos de idade. Minhas amigas eram minhas irmãs, pois meu pai não deixava eu sair para a rua. Tenho ótimas recordações de minha infância no quintal na casa de Uberlândia, mas eu morria de  vontade em brincar com as crianças da rua. E meu pai por medo e insegurança nos proibiam.

  Quando nos mudamos para São José do Rio Preto -SP aproveitamos a oportunidade do portão da casa ser baixo para brincar na rua. Foi naquela rua que vivi a melhor infância de minha vida! Onde recordo com saudade, onde conheci a verdadeira amizade que carrego até hoje em minha vida ( amiga karla Fernada). Hoje vejo a importância em ter vivido aquele momento, aquela infância solta, e livre!

     As vezes temos medo de algo e queremos passar os nossos medos aos nossos filhos, privando- o nossos filhos em  conhecer o mundo real, em viver uma experiência nova. Meus pais sempre foram  protetores, sei que eles não erraram . Mas as vezes vale você deixar de sentir medo e conhecer algo novo e passar uma nova oportunidade de vida a você, a seus filhos. 

    Por conta da violência e do medo dos pais de exporem seus filhos a situações de risco, surge no cenário das famílias a superproteção e, com isso, a criação de redomas ou bolhas onde essas crianças ou adolescentes acabam sendo colocados. Com isso, são cortadas a oportunidades de vivenciar experiências. A superproteção torna-se uma realidade quando não são oferecidas às crianças e aos adolescentes chances reais de aventurar-se no mundo por contra própria. Quero dizer com isso que, para tudo (e me refiro aqui a tudo mesmo), há sempre algum acompanhamento dos pais. Seja para ir à escola, ao clube, ao shopping, ou mesmo em caso de férias e períodos mais prolongados de tempo, nos quais os pais, por insegurança total, impedem os filhos a fazerem programas nos quais eles (pais) não estejam incluídos. Como parte de uma vida saudável, é preciso que, em alguns momentos, seja concedida aos filhos a chance de vivenciarem essas experiências.

Quais os malefícios que a superproteção pode trazer para a criança e para o futuro adulto:


    Perda de autonomia, medo de enfrentar situações diferenciadas daquelas do cotidiano (ainda que corriqueiras), dificuldade de relacionar-se com outras pessoas (principalmente estranhos, em situações cotidianas, como ir ao banco, comércio, serviços...), falta de iniciativa, reclusão, distanciamento da realidade, isolamento em mundos alternativos (como o virtual, em computadores e videogames) entre outros problemas psicológicos.

    Meu caso, meus pais tinham apenas  medo que frequentássemos a rua da antiga casa onde morávamos. Não impediam nas férias eu e minhas irmãs  viajássemos na casa  de minha tia. Ou nos privar em fazer algo apenas se ele estivessem. Mas vale analisar pais se vocês não estão criando seus filhos dentro de uma bolha. Lembre-se que criamos filhos para o mundo, uma hora, ou outra eles irão voar e sair debaixo de suas asas. Assim como aconteceu comigo... Eu como filha hoje moro em uma cidade longe de todos, e posso dizer que sei defender e me virar muito bem! Vamos criar nossos filhos para o mundo! A mudança de um  mundo melhor parte também da educação, saber educar e não repreender e proibir!!!

              (Autora do texto: a blogueira)

( referência  estudada para pesquisa: consulta com a vizinha psicóloga Tereza)

 
         (imagem autoria livre) 
 
FIM!

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